Reino Unido quer comprar caças com capacidade nuclear dos EUA pela 1ª vez

A possível expansão da capacidade nuclear do Reino Unido ocorre em meio a recentes ameaças da Rússia.


O Secretário de Defesa do Reino Unido, John Healey, e o chefe das Forças Armadas, Almirante Sir Tony Radakin, avaliam a aquisição de novos caças com capacidade para transportar armamento nuclear. A medida, que teria o apoio do líder trabalhista Keir Starmer, visa ampliar a capacidade militar do país diante do agravamento das tensões globais.

Segundo o The Sunday Times, negociações com o Pentágono para a compra dessas aeronaves de combate já teriam ocorrido, embora o governo britânico ainda não tenha confirmado oficialmente. Healey declarou que o Reino Unido precisa se adaptar a uma “nova era de ameaças”.

“O mundo está definitivamente se tornando mais perigoso. Os riscos nucleares estão aumentando. Enfrentamos agora, pela primeira vez desde o fim da Guerra Fria, riscos seriamente crescentes de conflito entre Estados”, disse ele ao jornal.

Os jatos em avaliação poderiam operar com a bomba nuclear americana B61, uma ogiva lançada por via aérea que pode ser acoplada sob a fuselagem das aeronaves. O equipamento é parte do arsenal nuclear dos Estados Unidos e considerado estratégico para missões de dissuasão.

A possível expansão da capacidade nuclear do Reino Unido ocorre em meio a recentes ameaças da Rússia. Autoridades britânicas teriam tomado conhecimento de uma lista secreta elaborada por Moscou com potenciais alvos nucleares dentro da OTAN. Entre os locais mencionados estariam instalações militares em Cumbria, Hull e nas proximidades de Edimburgo.

O principal alvo seria o estaleiro de submarinos nucleares da Marinha Real em Barrow-in-Furness. Outros possíveis pontos incluem cidades como Aldershot, Colchester, Portsmouth, Chatham, Tidworth e Salisbury.

Em declarações recentes, figuras próximas ao Kremlin elevaram o tom. Sergei Karaganov, conselheiro militar de Vladimir Putin, afirmou que o Reino Unido “não existirá” após um ataque nuclear. “Precisamos fortalecer a dissuasão nuclear por todos os meios”, declarou.