Moraes autoriza investigação e PF vai ouvir Jair e Eduardo Bolsonaro em 10 dias

Eduardo Bolsonaro está residindo nos Estados Unidos desde março.


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal (PF) ouça o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), no prazo de até dez dias. A medida ocorre após a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitar a abertura de inquérito contra Eduardo por suposta atuação nos Estados Unidos com o objetivo de pressionar autoridades do Judiciário brasileiro.

Segundo Moraes, a convocação de Jair Bolsonaro se justifica pelo fato de ele ser o “responsável financeiro” do filho no exterior e, conforme o ministro, um dos “beneficiários diretos da conduta descrita”. Também será ouvido o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), autor da representação que originou o pedido da PGR.

Em publicações nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro classificou a ação da PGR como motivada por interesses políticos. “Eu não mudei meu tom. Não há conduta nova. Há um PGR agindo politicamente. Por isso reafirmo: no Brasil há um Estado de exceção, a ‘justiça’ depende do cliente, o processo depende da capa”, escreveu o parlamentar. Ele justificou sua permanência nos EUA afirmando que ali pode “defender as liberdades dos brasileiros”, o que considera inviável no Brasil.

Na petição enviada ao STF, o procurador-geral Paulo Gonet argumenta que Eduardo Bolsonaro vem se mobilizando junto ao governo norte-americano para pressionar e intimidar ministros do Supremo, com o objetivo de interferir em ações penais que envolvem Jair Bolsonaro. Para Gonet, o tom das manifestações do deputado revela tentativa deliberada de obstruir o funcionamento de instituições como o STF, a PF e a própria PGR.