França anuncia prisão de segurança máxima na região amazônica da Guiana Francesa

O novo complexo contará também com um tribunal e terá custo estimado em 400 milhões de euros (cerca de US$ 451 milhões).


O governo francês anunciou a construção de uma nova penitenciária de segurança máxima na Guiana Francesa, território ultramarino situado entre o Suriname e o Brasil. A unidade será erguida em Saint-Laurent-du-Maroni, na fronteira com o Suriname, e terá capacidade para 500 detentos, incluindo 60 presos classificados como de alta periculosidade.

O anúncio foi feito no domingo (18) pelo ministro do Interior e da Justiça, Gérald Darmanin, durante visita oficial à região. Segundo ele, a instalação visa combater a superlotação carcerária e responder ao aumento da violência e do tráfico de drogas, agravados pelo uso da Guiana Francesa como rota para a cocaína sul-americana com destino à Europa.

“Cidadãos em territórios ultramarinos devem ter o mesmo nível de segurança que os da França continental”, afirmou o ministro, acrescentando que a taxa de homicídios na Guiana Francesa é de 18,4 por 100 mil habitantes — muito superior aos 1,2 registrados na França continental.

Darmanin ressaltou que criminosos de alto escalão conseguem manter suas atividades ilegais mesmo após a prisão, recorrendo à corrupção e à comunicação ilícita. Hoje, há 49 traficantes considerados extremamente perigosos sob custódia em territórios ultramarinos, mas nem todos são mantidos em instalações com o nível de segurança exigido, segundo o ministro.

O novo complexo contará também com um tribunal e terá custo estimado em 400 milhões de euros (cerca de US$ 451 milhões). A proposta, no entanto, trouxe à tona memórias da antiga colônia penal da Ilha do Diabo, localizada nas proximidades. Famosa por suas condições brutais, a colônia funcionou até 1953 e inspirou obras como o romance “Papillon”, que originou os filmes homônimos de 1973 e 2017, além de uma produção de 1939 estrelada por Boris Karloff.