Trump assina decreto que exige a divulgação completa de arquivos confidenciais sobre as mortes de JFK, RFK e Martin Luther King

Trump já havia liberado milhares de arquivos sobre o assassinato de JFK em 2017, mas muitos documentos permaneceram redigidos sob recomendação da CIA e do FBI.


O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou nesta quinta-feira (23) uma ordem executiva para desclassificar documentos relacionados aos assassinatos de John F. Kennedy, Robert F. Kennedy e Martin Luther King Jr. A medida atende a uma antiga demanda pública por transparência sobre os casos.

“Essa é grande”, declarou Trump ao assinar o documento no Salão Oval. Após finalizar, ele entregou o marcador utilizado a Robert F. Kennedy Jr., nomeado por Trump como secretário de Saúde e Serviços Humanos.

Trump já havia liberado milhares de arquivos sobre o assassinato de JFK em 2017, mas muitos documentos permaneceram redigidos sob recomendação da CIA e do FBI. Uma lei de 1992 determinava que esses arquivos fossem divulgados até 2017, salvo autorização presidencial para adiamento.

Na ordem assinada, Trump afirmou: “A contínua retenção de informações sobre JFK não é consistente com o interesse público, e a divulgação desses registros já deveria ter ocorrido há muito tempo”.

Apesar de a lei não exigir a liberação dos arquivos sobre RFK e King, Trump considerou que os registros relativos a esses assassinatos também são de “interesse público”. Ele deu prazos ao diretor de inteligência nacional e ao procurador-geral para apresentar planos de divulgação: 15 dias para os documentos de JFK e 45 dias para os de RFK e MLK.

Os registros, no entanto, não serão publicados de imediato.

Em 2022, o governo Biden liberou mais de 13 mil documentos sobre o caso JFK. Segundo o Arquivo Nacional dos EUA, 97% dos registros – um total de mais de 5 milhões de páginas – estão disponíveis ao público. A CIA afirmou que 95% de sua coleção foi desclassificada, com apenas pequenos trechos ainda redigidos.

No ano passado, enquanto concorria à presidência, Robert F. Kennedy Jr. pediu ao então presidente Joe Biden que divulgasse todos os arquivos do assassinato de JFK. Kennedy Jr. chegou a afirmar, falsamente, que a CIA esteve envolvida na morte de seu tio, que ocorreu em novembro de 1963 em Dallas.

Registro histórico do dia 22 de novembro de 1963, momentos antes do assassinato do presidente John F. Kennedy em Dallas, Texas, ao lado da primeira-dama Jacqueline Kennedy.

RFK e King também foram assassinados em 1968. RFK foi morto por Sirhan Sirhan após vencer as primárias democratas na Califórnia. King foi baleado em Memphis, no estado de Tennessee, onde apoiava uma greve de trabalhadores.

“Muitas pessoas estão esperando por isso há anos e décadas”, declarou Trump ao assinar a ordem.