O dólar encerrou esta quarta-feira (22) em queda, cotado a R$ 5,94, marcando o menor valor desde 27 de novembro, quando atingiu R$ 5,9124. Durante o pregão, a moeda norte-americana chegou à mínima de R$ 5,91. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, também recuou, enquanto os mercados avaliavam as possíveis ações comerciais do recém-empossado presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Na terça-feira (21), Trump reafirmou sua intenção de impor tarifas de 10% sobre produtos da China e da União Europeia, além de considerar taxas de até 25% contra México e Canadá. Apesar das declarações, a ausência de medidas concretas trouxe alívio aos mercados emergentes, fortalecendo o real e outras moedas globais.
“A estratégia de Trump de primeiro ameaçar e depois avaliar se realmente aplicará tarifas tem enfraquecido o dólar mundialmente”, afirmou Leonel Mattos, analista de inteligência de mercado da StoneX, à agência Reuters. “O receio inicial era de que ele adotasse uma postura agressiva já no início de seu mandato, o que não se confirmou.”
As tarifas sobre produtos importados são vistas como inflacionárias, pois podem elevar os preços nos Estados Unidos. Com isso, o Federal Reserve (Fed) tende a manter juros altos para combater a inflação, o que fortalece o dólar. Assim, a percepção de que Trump pode não ser tão severo em suas políticas tarifárias contribuiu para a desvalorização da moeda.
Nesta sessão, os mercados também acompanharam as discussões no Fórum Econômico Mundial em Davos e as perspectivas das contas públicas brasileiras, fatores que seguem no radar dos investidores.