O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) comunicou nesta terça-feira (18) que se licenciaria de seu mandato parlamentar. Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Eduardo revelou que residirá nos Estados Unidos, onde se encontra atualmente, com o objetivo de evitar o que chamou de “perseguição”.
A decisão ocorre uma semana antes de um julgamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que pode resultar na acusação formal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por suposta tentativa de golpe de Estado.
Eduardo Bolsonaro era o nome preferido do PL para presidir a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, mas, em sua declaração, afirmou que a presidência do colegiado deverá ser ocupada pelo líder da oposição na Casa, o deputado Zucco (PL-RS).
Atualmente, Eduardo ocupa o cargo de secretário nacional de Relações Internacionais do PL. Defensores de sua candidatura à presidência da Comissão apontavam sua posição no partido e sua proximidade com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como principais justificativas. A possível nomeação de Eduardo gerou resistência por parte de parlamentares da base governista, o que culminou em uma disputa interna no Congresso. O PL, entretanto, reafirmou sua intenção de manter o cargo.
Nos bastidores, essa defesa era acompanhada por um pedido do PT ao STF para a apreensão do passaporte de Eduardo Bolsonaro, devido a alegações de atentado à soberania nacional. Para aliados do governo Lula, a presidência de Eduardo na Comissão de Relações Exteriores poderia ser utilizada como plataforma para críticas ao ministro do STF, Alexandre de Moraes.