Os Estados Unidos estão reformando a Base Aérea de Tinian, uma das maiores usadas nas operações aéreas da Segunda Guerra Mundial, para se preparar para um possível conflito com a China. A base, localizada a cerca de 2.500 km da costa chinesa, foi essencial nas missões que lançaram as únicas bombas atômicas usadas em combate, em Hiroshima e Nagasaki, em 1945.
Imagens de satélite mostram o progresso das obras desde que, em 2003, apenas os restos da antiga base estavam visíveis. O complexo de quatro pistas de pouso foi revitalizado, e o plano de reforma foi aprovado em uma licitação de US$ 409 milhões (R$ 2,3 bilhões). O custo total pode dobrar para garantir a operação completa da base.
“O objetivo é preparar Tinian para ser uma base operacional vital no futuro”, afirmou um porta-voz do Pentágono. A base foi construída após os EUA tomarem Tinian dos japoneses, em 1944, e já abrigava 40 mil militares. As pistas foram ampliadas, com 2,6 km de extensão cada, suficientes para aeronaves como os F/A-18, F-35 e B-52.
O local foi abandonado em 1947 e passou a ser consumido pela vegetação. Desde os anos 2000, passou a ser usado para turismo histórico. Visitantes podem ver os poços onde as primeiras bombas atômicas foram armazenadas.
A decisão de revitalizar a base é impulsionada pela crescente rivalidade com a China e pela prioridade do governo Trump para o Indo-Pacífico.

A escolha de reformar a Base Aérea de Tinian também se deve à proximidade de Guam, a 200 km ao sudoeste. Guam é uma importante base militar dos EUA, mas sua alta concentração de recursos a torna vulnerável a mísseis de longo alcance de China e Coreia do Norte. Dividir os ativos entre Tinian e Guam oferece uma estratégia defensiva, cobrindo áreas críticas de possível conflito entre os EUA e a China, que busca proteger suas rotas marítimas.
“Dividir os ativos entre Tinian e Guam aumenta a segurança da região”, explicou um analista militar.