Trump parabeniza vitória conservadora na Alemanha — “Grande Dia”

A eleição ocorreu após o colapso da coalizão de Scholz, formada por sociais-democratas, Verdes e Democratas Livres, que ruiu em novembro após disputas sobre gastos.


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou no domingo (23), em seu perfil na rede Truth Social, que hoje foi um “grande dia para a Alemanha” ao comentar a vitória do partido conservador União-Democrata Cristã (CDU), liderado por Friedrich Merz.

Merz conquistou 28,5% dos votos na eleição de domingo, segundo a agência alemã ZDF, garantindo a primeira posição. O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) ficou em segundo lugar, com 20,8%, enquanto o Partido Social-Democrata (SPD), de centro-esquerda e liderado pelo premiê Olaf Scholz, terminou em terceiro, com 16,4%.

Os Verdes receberam 11,6% dos votos, enquanto a extrema-esquerda Die Linke obteve 8,7%. O partido pró-mercado Democratas Livres (FDP) e o recém-chegado Aliança Sahra Wagenknecht (BSW) ficaram próximos do limite de 5% necessário para entrar no Parlamento alemão.

“Assim como nos EUA, o povo da Alemanha se cansou da agenda sem senso comum, especialmente em relação à energia e à imigração, que prevaleceu por tantos anos”, escreveu Trump. “Este é um grande dia para a Alemanha e para os Estados Unidos da América.”

A corrida eleitoral no país, que tem uma economia voltada para exportação e depende dos EUA para segurança, foi marcada por uma série de ataques violentos e intervenções do governo norte-americano, principalmente por Elon Musk.

Merz, de 69 anos, declarou aos apoiadores: “Hoje à noite vamos comemorar, e a partir de amanhã começaremos a trabalhar…”. Ele não tem experiência anterior no Executivo, mas prometeu exercer maior liderança do que Scholz e fortalecer laços com aliados.

O chanceler Scholz reconheceu a derrota e parabenizou Merz. “Esse é um resultado eleitoral amargo para o SPD, é também uma derrota eleitoral”, disse. “Parabéns pelo resultado da eleição.”

Todos os principais partidos descartaram alianças com a AfD, o que pode manter Scholz como interino por meses e atrasar políticas essenciais para a economia alemã, que enfrenta dois anos consecutivos de contração.

A Alemanha, vulnerável devido à sua dependência dos EUA, Europa e China e às dificuldades econômicas, vive o pior pessimismo sobre o padrão de vida desde 2008. O endurecimento contra a imigração cresceu desde a crise de 2015.

A eleição ocorreu após o colapso da coalizão de Scholz, formada por sociais-democratas, Verdes e Democratas Livres, que ruiu em novembro após disputas sobre gastos. O debate eleitoral foi dominado pela percepção de que a imigração irregular está fora de controle, amplificada por ataques violentos atribuídos a migrantes.