As urnas da eleição alemã foram abertas às 4h no horário de Brasília (8h no horário local) neste domingo (23). Os cidadãos escolhem os representantes do Bundestag, o Parlamento alemão, que definirá o novo chanceler, chefe de governo do país. O pleito foi antecipado e ocorre em um cenário de incerteza política.
Cerca de 61 milhões de alemães aptos a votar podem comparecer às urnas até as 14h em Brasília (18h no horário local). O sistema eleitoral permite que os eleitores escolham um candidato e também votem em um partido. Quanto maior a votação de uma legenda, mais assentos ela ocupará no Bundestag.
O crescimento da extrema-direita, representada pelo partido AfD, gera preocupação. Nenhum dos partidos tradicionais do Parlamento aceita alianças com a legenda, que é investigada pela polícia alemã por extremismo e acusada de ligação com grupos neonazistas. Assim, especialistas preveem dificuldades na formação de uma coalizão governamental, o que pode afetar a estabilidade política da Alemanha.
Além das implicações internas, o resultado da eleição também pode impactar a União Europeia e sua relação com os Estados Unidos. Recentemente, Donald Trump fez declarações polêmicas sobre a Ucrânia e tarifas comerciais, aumentando a incerteza no bloco.
O sistema de votação alemão envolve duas cédulas: Erststimme (primeiro voto) e Zweitstimme (segundo voto). O primeiro voto é destinado à escolha de um candidato do distrito, enquanto o segundo voto define a distribuição de cadeiras entre os partidos. Não há obrigatoriedade de votar no mesmo partido nas duas cédulas.
O Bundestag possui 630 cadeiras, das quais 299 são ocupadas por deputados eleitos diretamente em seus distritos. As outras 331 são distribuídas proporcionalmente aos votos de cada legenda. Os partidos preenchem essas cadeiras com base em listas estaduais registradas previamente, lideradas geralmente pelo candidato a chanceler.
Após a definição dos parlamentares, os partidos indicam seus candidatos ao cargo de chanceler. O presidente da Alemanha escolhe um dos nomes e os deputados realizam uma votação secreta para confirmar ou rejeitar o indicado. Caso aprovado, o chanceler eleito inicia a formação do governo, definindo os rumos da maior economia da União Europeia.