O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou, na tarde desta terça-feira (10), os interrogatórios dos réus classificados como parte do “núcleo crucial” na ação penal que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi o sexto a prestar depoimento. Apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como figura central da suposta organização criminosa que buscou a ruptura institucional, Bolsonaro negou as acusações.
“Não procede a acusação, Excelência”, declarou ao ser questionado pelo ministro Alexandre de Moraes. Ainda durante o interrogatório, ao ser confrontado sobre suas declarações em relação à lisura das urnas eletrônicas, o ex-presidente afirmou: “A desconfiança das urnas não é algo privativo meu”.
Bolsonaro acrescentou que “em nenhum momento agiu fora da Constituição” e reiterou ter atuado sempre “dentro das quatro linhas”. Antes do depoimento, ao chegar à Primeira Turma do STF, afirmou que poderia “falar por horas” se tivesse liberdade para se expressar.
A defesa do ex-presidente havia solicitado autorização para apresentar vídeos durante o interrogatório, mas o pedido foi negado por Moraes. O ministro esclareceu que o material poderá ser juntado posteriormente aos autos, mas não exibido durante a oitiva. Questionado sobre a decisão ao chegar ao plenário, Bolsonaro respondeu: “Não achei nada”.
Os depoimentos começaram na segunda-feira (9), com o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o deputado federal Alexandre Ramagem. Já na manhã desta terça, prestaram depoimento o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional.