Nesta terça-feira (10), o ex-presidente Jair Bolsonaro compareceu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para o segundo dia de depoimentos dos réus envolvidos na investigação do suposto golpe de Estado. Ele afirmou estar pronto para “falar por horas” em seu interrogatório, caso “puder ficar à vontade”. O interrogatório do ex-presidente será às 14h30 desta terça-feira.
Bolsonaro informou que apresentará “11 ou 12 vídeos curtinhos” de atos e pronunciamentos seus, que, segundo ele, comprovariam que não houve tal tentativa de golpe.
“Eu não sei qual vai ser o humor dos ministros, do PGR. O golpe não existiu”, declarou Bolsonaro.
Ele será o sexto réu a depor entre os oito do chamado “núcleo crucial”, cujos interrogatórios estão sendo conduzidos pela Primeira Turma do STF nesta semana. Na segunda-feira, foram ouvidos o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do caso, coronel Mauro Cid, e o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem.
Bolsonaro adiantou parte de sua estratégia de defesa, mencionando restrições sofridas durante seu mandato. “Eu fui proibido de fazer live do Alvorada, a minha casa, eu fui proibido de um montão de coisas, vou falar aqui, um montão de coisas que eu fui acusado até de pedófilo, eu fui acusado pelo [André] Janones”, afirmou.
O ex-presidente também sinalizou que manterá questionamentos sobre a segurança das urnas eletrônicas, citando vídeos que, segundo ele, respaldam sua posição. “Tem um [vídeo] do Flávio Dino condenando a urna eletrônica, tem uma do Carlos Lupi também, falando que sem impressão do voto é fraude, eu não estou inventando”, destacou.
O depoimento de Bolsonaro integra as audiências destinadas a esclarecer os eventos relacionados ao suposto golpe, com a Primeira Turma do STF examinando as responsabilidades dos envolvidos.