Moraes determina que BC detalhe doações via Pix recebidas por Zambelli

Em maio, Zambelli foi condenada pelo STF a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na quarta-feira (4) que o Banco Central forneça detalhes sobre as doações recebidas via Pix pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A parlamentar deixou o Brasil após ser condenada pela Corte a dez anos de prisão.

Na decisão, Moraes ordena que o Banco Central “informe, detalhadamente, o valor e os remetentes de Pix para Carla Zambelli Salgado de Oliveira, nos últimos 30 (trinta) dias”. A solicitação integra novo inquérito aberto contra a deputada, que teve a prisão preventiva decretada no mesmo dia.

Após sua condenação por participação na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Zambelli iniciou uma campanha de arrecadação online. Ela e o hacker Walter Delgatti Neto, também condenado, foram condenados a pagar uma indenização de R$ 2 milhões. Antes de deixar o país, Zambelli arrecadou aproximadamente R$ 285 mil, valor que, segundo afirmou em rede social no dia 21 de maio, foi transferido para uma conta poupança.

“Conseguimos arrecadar R$ 285.000,00 nesta campanha tão necessária para o pagamento das multas injustas e completamente desproporcionais, impostas por uma perseguição implacável, mas que também não me fará recuar”, declarou a parlamentar.

Na terça-feira (3), Zambelli anunciou que deixou o Brasil. Em entrevista à CNN, afirmou estar atualmente nos Estados Unidos e que pretende seguir para a Europa. A deputada também pediu licença do mandato e declarou que deve fixar residência na Itália, país do qual possui cidadania — o que, segundo ela, poderia impedir uma eventual extradição.

Com a decretação da prisão, Moraes determinou à Polícia Federal a inclusão do nome de Zambelli na lista de difusão vermelha da Interpol, mecanismo que visa localizar e prender indivíduos foragidos em âmbito internacional.

“Estou pagando para ver”, declarou a deputada sobre uma possível prisão na Itália.