Interpol inclui Zambelli na lista de foragidos internacionais a pedido do STF

Com a inclusão de Zambelli, a Difusão Vermelha passa a contar com 72 brasileiros procurados internacionalmente.


A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi incluída, nesta quinta-feira (5), na Difusão Vermelha da Interpol, a lista de foragidos internacionais mantida pelo órgão de cooperação policial que reúne 196 países. A medida atende a solicitação da Polícia Federal (PF), em cumprimento à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou a prisão preventiva da parlamentar.

A análise para a inclusão de Zambelli no sistema da Interpol foi concluída em menos de 24 horas. Embora seu nome ainda não apareça publicamente no site da instituição, fontes da própria Interpol afirmaram que nem todos os foragidos constam na área de consulta aberta do banco de dados.

Ao fundamentar o pedido de inclusão, Moraes afirmou que a medida é necessária para viabilizar eventual extradição da deputada, permitindo à PF o cumprimento do mandado de prisão no exterior. Atualmente, Zambelli encontra-se fora do país e declarou intenção de se estabelecer na Itália, onde possui cidadania, embora tenha dito à imprensa estar, no momento, nos Estados Unidos.

O diretor de cooperação internacional da PF, Felipe Seixas, explicou que a extradição não depende, necessariamente, da inserção do nome na Difusão Vermelha. Ele acrescentou que a prisão de um foragido no exterior também está sujeita às normas específicas de cada país: “Cada país tem sua regra. No Brasil, por exemplo, a PF realiza a prisão com base em determinação judicial”.

Com a inclusão de Zambelli, a Difusão Vermelha passa a contar com 72 brasileiros procurados internacionalmente, entre eles sete mulheres, envolvidas em crimes que vão desde tráfico internacional de drogas até homicídio qualificado e tortura.

Em maio, Zambelli foi condenada pelo STF a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ao lado do hacker Walter Delgatti Neto. Após a condenação, a deputada deixou o Brasil e pediu licença do mandato parlamentar.