O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou nesta quarta-feira (4) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Além da ordem de prisão, Moraes impôs uma série de medidas: bloqueio dos passaportes da parlamentar, incluindo o diplomático; bloqueio de salários, verbas, bens, contas bancárias e ativos, inclusive por meio do sistema PIX; restrição a veículos, embarcações e aeronaves eventualmente registrados em seu nome; suspensão de perfis nas redes sociais como Gettr, Facebook, Instagram, TikTok, X e LinkedIn; multa diária de R$ 50 mil por publicações que reiterem condutas criminosas; e inclusão de seu nome na lista vermelha da Interpol, conforme solicitado à Polícia Federal.
A decisão foi fundamentada na jurisprudência do STF sobre a prisão de réus que buscam se furtar à aplicação da lei penal. Moraes afirmou que há evidências de que Zambelli deixou o país para evitar o cumprimento da decisão, considerando a proximidade do julgamento de embargos de declaração e a possível perda de seu mandato parlamentar.
A deputada deixou o Brasil por via terrestre, atravessando a fronteira com a Argentina, de onde embarcou para os Estados Unidos. Atualmente, segundo sua assessoria, encontra-se na Flórida e planeja seguir para a Europa. Zambelli afirmou que pretende se submeter a tratamento médico e se licenciar do cargo.
Moraes determinou ainda que o presidente da Câmara, Hugo Motta, seja comunicado para garantir o bloqueio das remunerações parlamentares.
A deputada já foi condenada em março de 2025 a 5 anos e 3 meses de prisão por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, em razão do episódio em que perseguiu um eleitor do presidente Lula em São Paulo. O julgamento foi suspenso por pedido de vista do ministro Nunes Marques.
Zambelli também é investigada em outros inquéritos no STF, incluindo o das fake news e o das milícias digitais. Na Justiça Eleitoral, foi condenada à cassação do mandato e à inelegibilidade por oito anos. O caso aguarda análise no TSE.