O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (28) que passará a restringir a concessão de vistos a autoridades estrangeiras envolvidas em atos considerados como censura contra cidadãos norte-americanos. A medida foi divulgada pelo Departamento de Estado e poderá atingir, inclusive, familiares dos sancionados.
Poucas horas após o anúncio, o empresário Jason Miller, ex-assessor de Donald Trump, mencionou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em publicação na rede X.
“Compartilhe isto com alguém que imediatamente venha à sua mente quando você ler isto. Ok, eu começo… Olá, @/Alexandre!”, escreveu Miller, ao repostar o anúncio feito pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.
Miller já esteve no centro de investigações conduzidas por Moraes. Em 2021, ao deixar o Brasil, ele foi conduzido à sala da Polícia Federal no Aeroporto de Brasília, onde prestou depoimento no inquérito das fake news, sob relatoria do ministro. Na ocasião, o consultor havia se reunido com o deputado Eduardo Bolsonaro.
Criador da plataforma GETTR — que se apresenta como uma rede social sem moderação de conteúdo e voltada para representantes da direita global — Miller integra o círculo próximo de Trump e participou da equipe de transição após a eleição do republicano em 2024.
O Departamento de Estado norte-americano afirmou que as restrições se aplicarão a autoridades que ordenem ou ameacem prender cidadãos ou residentes dos EUA por conteúdos publicados em redes sociais americanas, como Facebook, Instagram, WhatsApp e X. Também serão visadas autoridades que defendam políticas de moderação global ou interfiram em plataformas norte-americanas.
“Os EUA não tolerarão violações da soberania americana, especialmente quando elas minam o nosso direito à liberdade de expressão”, afirmou o órgão. A medida é respaldada pela Lei de Imigração e Nacionalidade dos EUA.