O chanceler alemão Friedrich Merz anunciou nesta segunda-feira (26) que a Ucrânia está agora autorizada a utilizar mísseis de longo alcance fornecidos pela Alemanha e pela França. A medida amplia o arsenal disponível das forças ucranianas, que passam a ter acesso a armamentos capazes de atingir alvos em território russo.
Durante entrevista à emissora pública “WDR”, Merz afirmou: “Não há mais restrições para o alcance das armas entregues à Ucrânia. Nem pelos britânicos, nem pelos franceses, nem por nós. Nem pelos americanos”. Segundo ele, a decisão permite que Kiev volte a atacar posições militares dentro da Rússia, o que, com raras exceções, não vinha ocorrendo.
A liberação ocorre após precedentes estabelecidos por Estados Unidos e Reino Unido, que já haviam autorizado, desde 2023, o envio de armamentos similares a Kiev.
A resposta do Kremlin foi imediata. O porta-voz Dmitry Peskov declarou que a decisão representa um risco significativo: “Se essas decisões foram realmente tomadas, vão totalmente contra as nossas aspirações de chegar a um acordo político. Esta é uma decisão bastante perigosa”, afirmou em vídeo divulgado pela imprensa russa.
A Alemanha, sob a gestão anterior do social-democrata Olaf Scholz, recusava-se a enviar mísseis Taurus à Ucrânia, alegando temor de escalada nas tensões com Moscou. Os mísseis Taurus têm alcance superior a 500 km e poderiam atingir profundamente o território russo.
Merz, que assumiu o cargo de chanceler no início de maio, já havia se mostrado favorável ao envio desse armamento. Contudo, após tomar posse, adotou postura mais cautelosa, afirmando que não divulgará detalhes sobre as armas fornecidas por razões estratégicas.
Até o momento, a Alemanha havia limitado o fornecimento de armas à Ucrânia a modelos com alcance inferior a 70 km.
