A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil confirmou que uma comitiva do Departamento de Estado norte-americano estará em Brasília nesta semana para tratar de temas relacionados à segurança pública e ao combate ao crime organizado. A delegação será liderada por David Gamble, chefe interino da Coordenação de Sanções do órgão.
Segundo nota oficial, Gamble participará de reuniões bilaterais sobre organizações criminosas transnacionais e debaterá os programas de sanções dos EUA voltados ao combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas. O desembarque do diplomata na capital está previsto para esta segunda-feira (5).
A visita ganhou destaque após o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) divulgar que Gamble terá encontros com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). De acordo com Eduardo, os encontros incluem pautas sobre segurança pública e a possível aplicação de sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). “Ele me abriu portas para sugerir reuniões com autoridades, e assim o fiz”, afirmou o parlamentar.
A Embaixada, no entanto, não mencionou qualquer discussão envolvendo o ministro Moraes. Segundo fontes do governo brasileiro, havia conhecimento prévio da chegada da delegação americana, mas sem previsão de encontros com adversários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Eduardo Bolsonaro, que reside atualmente nos EUA, também revelou que sugeriu às autoridades americanas que o PCC e o Comando Vermelho sejam classificados como organizações terroristas, nos moldes do que já foi feito com a facção venezuelana Tren de Aragua. Tal medida poderia facilitar a extradição de criminosos brasileiros presos nos EUA para países como El Salvador.
Aliados de Bolsonaro buscam respaldo nos EUA para pressionar por sanções contra Moraes, como o cancelamento de visto e bloqueio de bens. Entre os apoiadores dessa ofensiva estão Steve Bannon e Jason Miller, ambos ex-assessores do presidente Donald Trump.