Departamento de Estado dos EUA se manifesta sobre censura de redes sociais no Brasil

Esta foi a primeira manifestação de um órgão do Estado dos EUA sobre o caso.


Um órgão ligado ao Departamento de Estado dos EUA fez uma crítica ao bloqueio de redes sociais americanas pelas autoridades brasileiras. Embora o texto não cite diretamente, faz uma alusão à decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, sobre a plataforma Rumble.

A conta da Embaixada dos EUA no Brasil, na rede social X, reproduziu o texto, em português.

“Respeito pela soberania é uma via de mão dupla com todos os parceiros dos EUA, incluindo o Brasil”, diz a mensagem do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental. “Bloquear o acesso à informação e impor multas a empresas sediadas nos EUA por se recusarem a censurar indivíduos que lá vivem é incompatível com valores democráticos, incluindo a liberdade de expressão.”

Esta foi a primeira manifestação de um órgão do Estado dos EUA sobre o caso.

Moraes determinou o bloqueio da rede social Rumble no Brasil, na última sexta-feira (21). O ministro alegou que a plataforma cometeu “reiterados, conscientes e voluntários descumprimentos das ordens judiciais”, além de tentar não se submeter ao ordenamento jurídico brasileiro.

Antes do bloqueio, Moraes havia solicitado que a plataforma indicasse seu representante legal no Brasil.

O Rumble, plataforma de vídeos similar ao YouTube, é popular entre conservadores nos EUA. Lançada em 2013, a rede se apresenta como defensora de uma “internet livre e aberta” e já se envolveu em diversas controvérsias.

A rede entrou com ação nos Estados Unidos contra Moraes, juntamente com o Trump Media & Technology Group, de Donald Trump. As empresas acusam Moraes de censura e pedem que as ordens contra o Rumble no Brasil sejam derrubadas.

A Justiça americana rejeitou o pedido liminar, alegando falhas na entrega de documentação e questões de jurisdição.

O Rumble e o grupo de Trump alegam que o bloqueio de usuários, incluindo Allan dos Santos, apoiador de Bolsonaro, foi a base para a ação.