A Organização dos Estados Americanos (OEA) prepara um relatório sobre Alexandre de Moraes que pode intensificar as tensões entre Brasil e Estados Unidos. Caso o documento aponte arbitrariedades nas decisões do ministro do STF, Donald Trump poderá adotar novas medidas contra o governo Lula.
“O republicano já anunciou a taxação do aço brasileiro”, mas pode impor novas restrições que afetem a economia do país. Aliado de Bolsonaro, Trump tem entre seus conselheiros críticos ferrenhos do governo brasileiro, como Elon Musk e Jason Miller.
Musk, que mantém contato direto com Trump, acusa o governo Lula e Moraes de promoverem “censura” nas redes sociais e perseguição a opositores de direita. “O bilionário agora defende abertamente o impeachment de Lula.”
Jason Miller, estrategista-chefe da campanha que levou Trump de volta à Casa Branca, também critica a atuação de Moraes. “Em 2021, por ordem do ministro, chegou a ser detido no aeroporto de Brasília para prestar depoimento no inquérito dos atos antidemocráticos.”
A OEA recebe metade de seu orçamento dos EUA, o que pode influenciar o tom do relatório. “Se o documento for considerado brando, Trump pode cortar essa verba”, repetindo medidas já aplicadas contra a USAID e ONGs que, segundo ele, favorecem a esquerda globalmente.
O relator da OEA, Pedro Vaca Villarreal, passou os últimos dias em Brasília ouvindo Bolsonaro e Moraes. Ao jornalista Sam Pancher, do ‘Portal Metrópoles’, declarou que “o tom das acusações contra Moraes é realmente impressionante”.
Bolsonaro, por sua vez, afirmou que Villarreal lhe garantiu um “relatório sincero” sobre o Brasil. Um documento contundente pode dar a Trump o pretexto que precisa para aumentar as restrições ao governo Lula.