O setor de inteligência artificial (IA) da França receberá 109 bilhões de euros (US$ 112,6 bilhões) em investimentos privados nos próximos anos, conforme anunciado pelo presidente do país, Emmanuel Macron, no domingo (9). A promessa foi feita antes da cúpula global de IA de Paris, que ocorre nesta segunda-feira (10), destacando um movimento significativo para impulsionar a infraestrutura de IA da nação.
Macron comparou o valor ao enorme projeto de US$ 500 bilhões dos EUA, denominado Stargate, que envolverá grandes empresas como OpenAI e Oracle. O financiamento francês incluirá investimentos de empresas como Iliad e Orange, além de fundos dos Emirados Árabes Unidos e dos EUA e Canadá. Os Emirados Árabes Unidos, em particular, se comprometeram a investir até 50 bilhões de euros em um centro de dados de IA na França.
No entanto, o CEO da IA britânica Synthesia, Victor Riparbelli, afirmou que, apesar de ser um passo positivo, o investimento não é suficiente para garantir a competitividade da Europa frente aos EUA e China. “Precisamos das bases certas para prosperar como ecossistema”, disse ele. A França está apostando em parcerias estratégicas, mas enfrenta desafios globais.
A cúpula, que reúne líderes mundiais e empresas-chave, discute o papel da IA no crescimento econômico e geopolítico. Sam Altman, da OpenAI, irá destacar que a mentalidade global precisa evoluir, com foco não apenas nos riscos, mas também nas oportunidades.
Enquanto isso, o lançamento do modelo de IA R1 da DeepSeek, uma startup chinesa, gerou controvérsia. A empresa afirmou que o custo de seu modelo foi de US$ 5,6 milhões, levantando dúvidas sobre a veracidade das alegações. “Não há nenhum avanço científico real”, afirmou Demis Hassabis, do Google DeepMind, sobre o modelo.
A crescente concorrência da IA e as disputas geopolíticas destacam a necessidade de um equilíbrio entre inovação e regulamentação. A cúpula de IA também evidenciará a importância da diplomacia em definir o futuro da tecnologia global.