As autoridades alemãs investigam um médico saudita de 50 anos como o principal suspeito de um ataque de carro em um mercado de Natal na cidade de Magdeburg, ocorrido na sexta-feira (20). O ataque deixou cinco mortos e mais de 200 feridos, sendo 40 em estado grave.
O chanceler Olaf Scholz visitou o local neste sábado (21) e prestou homenagens às vítimas. “Que ato terrível é ferir e matar tantas pessoas com tanta brutalidade. Devemos estar muito preocupados com os gravemente feridos”, afirmou ele, ao colocar uma rosa branca em uma igreja próxima ao mercado.
O suspeito, identificado pela mídia alemã como Taleb A., foi preso no local. Ele vive na Alemanha há quase duas décadas e trabalhou como psiquiatra em uma clínica de reabilitação para criminosos até outubro. Segundo o jornal Welt, autoridades haviam concluído em 2022 que ele não apresentava “nenhum perigo específico”.
A ministra do Interior, Nancy Faeser, afirmou que o suspeito possui histórico de islamofobia, mas não comentou o possível motivo do ataque. Postagens em sua conta na plataforma X indicavam apoio à extrema-direita e críticas ao tratamento dado pela Alemanha a refugiados.
Uma fonte saudita à agência Reuters disse que o governo da Arábia Saudita alertou a Alemanha sobre o comportamento do suspeito, destacando publicações extremistas desde 2006, quando ele deixou o país.
Testemunhas relataram cenas de desespero no mercado. Andrea Reis, que estava no local com sua filha, disse: “Se não tivéssemos mudado de lugar, estaríamos no caminho do carro. As crianças gritavam e choravam pela mãe. Nunca esquecerei isso”.
O ataque ocorre em meio a uma acirrada campanha eleitoral na Alemanha. A extrema-direita, liderada pela AfD, cresce nas pesquisas e defende uma política rígida contra a imigração.
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