Relatos de um novo surto de metapneumovírus humano (HMPV) na China têm gerado preocupação. O HMPV, descoberto em 2001 na Holanda, é um vírus sazonal que provoca infecções pulmonares, com sintomas semelhantes aos da COVID-19. Segundo o jornal estatal China Daily, o Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças reconheceu o aumento de casos, mas minimizou sua gravidade.
Kan Biao, representante da agência, afirmou que o crescimento das infecções por HMPV, influenza, rinovírus e pneumonia por micoplasma é esperado durante o inverno. Kan ressaltou que a disseminação da COVID-19 e outras doenças respiratórias permanece em “nível baixo”.
Postagens nas redes sociais sugerem que a China teria declarado estado de emergência, mas essas afirmações foram desmentidas por uma verificação de fatos feita pelo The São Paulo News. Apesar disso, Kan prevê aumento nas infecções por gripe entre crianças de até 14 anos, enquanto o norovírus, causador de vômito e diarreia, deve se manter em alta nos próximos dois meses.
A American Lung Association destaca que o HMPV é uma das principais causas de infecções respiratórias agudas, transmitido por contato próximo. Seus sintomas, semelhantes aos do resfriado comum, duram de dois a cinco dias. Crianças, idosos e pessoas com imunidade comprometida estão mais suscetíveis a complicações, como pneumonia.
Embora o HMPV já tenha afetado populações nos EUA e na China, a imunidade coletiva contra ele é mais robusta do que a de um vírus novo como a COVID-19, reduzindo o risco de uma possível pandemia.
Casos do surto foram registrados em Hong Kong, uma região administrativa especial na Ásia. Países vizinhos à China emitiram alertas e estão em estado de vigilância diante do aumento de casos no país. Até o momento, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não se manifestou sobre a situação.
Andrew Easton, professor de virologia da Universidade de Warwick, no Reino Unido, especializado em pneumovírus, comentou ao site Live Science que “o risco associado ao HMPV não sofreu mudanças significativas nos últimos 25 anos”. Contudo, ele destaca que qualquer alteração na incidência ou no padrão de uma infecção “é sempre motivo de preocupação”.
Atualmente, não há vacinas disponíveis nem tratamentos antivirais específicos para o HMPV.