O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encontrou-se com o presidente da Síria, Ahmed al-Sharaa, na Arábia Saudita, em uma reunião que atraiu atenção internacional. Durante o encontro, Trump incentivou Sharaa a normalizar os laços com Israel, um antigo inimigo da Síria, após o governo norte-americano anunciar a suspensão de todas as sanções contra o governo sírio, anteriormente classificado como liderado por islâmicos.
Sharaa, que ascendeu ao poder após a queda de Bashar al-Assad e tem um histórico de vínculos com a Al-Qaeda, foi recebido por Trump na presença do príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman (MbS). O presidente turco, Tayyip Erdogan, participou da reunião virtualmente, segundo informou a agência de notícias Anadolu.
A administração Trump busca ampliar o alcance dos Acordos de Abraão, que normalizaram as relações entre Israel e países árabes como Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Marrocos. O presidente norte-americano pediu que Sharaa se juntasse a esses países na iniciativa diplomática. As autoridades dos EUA também esperam que a Arábia Saudita participe dos acordos, embora Riad insista que a normalização com Israel só ocorrerá com o estabelecimento de um Estado palestino.
A suspensão das sanções dos EUA à Síria representa uma mudança significativa na política americana, apesar das preocupações de aliados como Israel, que mantém uma postura cética em relação ao governo de Sharaa. Israel, que tem intensificado suas operações militares na região desde a queda de Assad, manifestou oposição à decisão norte-americana.
O príncipe Faisal bin Farhan Al-Saud, ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, declarou que Riad apoiará a recuperação econômica da Síria e que há inúmeras oportunidades de investimento com o fim das sanções. A medida também abre caminho para maior envolvimento de organizações humanitárias e para o comércio estrangeiro, contribuindo para a reconstrução do país devastado pela guerra civil.
Durante o encontro, Trump elogiou Sharaa, descrevendo-o como um “líder jovem e promissor”, apesar de seu passado controverso. O presidente norte-americano afirmou que a reunião incluiu discussões sobre combate ao terrorismo e cooperação para eliminar a influência de grupos armados não estatais, como o ISIS, que ameaçam a estabilidade da Síria.
Trump deve continuar sua turnê pelo Golfo com visitas ao Catar, onde são esperados anúncios de investimentos significativos em solo americano, incluindo um acordo da Qatar Airways para a compra de 100 jatos widebody da Boeing. Na sequência, o presidente norte-americano visitará Abu Dhabi para se reunir com os líderes dos Emirados Árabes Unidos e, eventualmente, poderá seguir para a Turquia para um possível encontro com os presidentes da Rússia e da Ucrânia.
