O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, declarou nesta terça-feira (29) que tinha ciência de denúncias pontuais sobre irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), mas afirmou desconhecer a verdadeira dimensão da fraude que resultou em descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas.
“Eu praticamente fui surpreendido com o volume disso. Eu sabia que tinha uma denúncia aqui, outra acolá. A gente sempre soube, não vamos fingir… o 135 denunciava isso, a gente recebia queixa, a própria plataforma do INSS aparecia com algumas pessoas denunciando. Agora nesse quantitativo, com uma organização, com uma quadrilha verdadeira, eu tomei conhecimento agora e isso não pode continuar”, disse o ministro durante audiência na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados.
O convite para a participação de Lupi na comissão ocorreu antes da deflagração da operação da Polícia Federal (PF), realizada na última quarta-feira (23), que investiga o esquema de fraudes no INSS. A investigação apura o envolvimento de uma organização criminosa responsável por realizar descontos irregulares em aposentadorias, sem autorização dos beneficiários.
O INSS, órgão vinculado ao Ministério da Previdência Social, está no centro do escândalo que gerou indignação entre segurados, muitos dos quais relataram prejuízos recorrentes e dificuldades em conseguir esclarecimentos sobre os valores subtraídos de seus benefícios.
A operação da PF visa identificar os responsáveis pelo esquema, desarticular a atuação da suposta quadrilha e recuperar os valores desviados. O caso provocou repercussão no Congresso Nacional, com parlamentares cobrando medidas urgentes para garantir maior segurança aos dados dos segurados e impedir novas fraudes.
Segundo Lupi, o governo está comprometido em apurar os fatos e adotar providências para evitar que casos semelhantes voltem a ocorrer.