A China teria revertido, de forma não oficial, as tarifas retaliatórias de 125% sobre semicondutores fabricados nos Estados Unidos. A informação foi revelada à CNN nesta sexta-feira (25) por três agências de importação localizadas no polo tecnológico de Shenzhen, no sul do país.
Segundo essas empresas, as isenções se aplicam a circuitos integrados — incluindo a maioria dos semicondutores, com exceção dos chips de memória — e teriam entrado em vigor na quinta-feira (24), sem qualquer anúncio oficial por parte do governo chinês.
A medida ocorre poucos dias após a elevação, por parte da China, das tarifas sobre produtos americanos para 125%, em resposta ao aumento de 145% decretado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre produtos chineses. Embora Pequim mantenha um discurso público de força diante da escalada da guerra comercial, a suspensão das tarifas pode indicar a necessidade de preservar o acesso a componentes cruciais que o país não consegue produzir internamente nem substituir por fornecedores alternativos.
De acordo com Chen Shaoling, gerente da Zhengnenliang Supply Chain, a redução a zero foi identificada durante um processo de rotina de desembaraço aduaneiro. “Só descobrimos depois de apresentarmos a declaração — sem isso, não teríamos conhecimento”, afirmou.
A Shenzhen HJET Supply Chain também confirmou a mudança por meio de comunicado publicado em sua conta oficial nas redes sociais. “Recebemos um novo aviso da Alfândega da China, informando que oito códigos tarifários relacionados a semicondutores estão agora isentos de tarifas adicionais sobre importações dos EUA.”
Uma funcionária da empresa confirmou à CNN que o aviso foi emitido pela alfândega local. A Taihang Semiconductor, também sediada em Shenzhen, informou ter recebido comunicado semelhante, embora tenha evitado fornecer detalhes. “É definitivamente uma coisa boa”, disse um funcionário.
A revista chinesa Caijing chegou a noticiar o assunto, mas removeu a publicação horas depois. Paralelamente, Donald Trump afirmou à revista TIME que Xi Jinping o teria telefonado para discutir tarifas. A China, no entanto, não confirmou o contato.