Lula rejeita nova Guerra Fria e diz que Brasil não vai escolher entre EUA e China

Lula reiterou seu compromisso com o multilateralismo e com a promoção do livre comércio internacional.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou na terça-feira (22), durante pronunciamento conjunto com o presidente do Chile, Gabriel Boric, que o Brasil não deseja ser envolvido em uma nova Guerra Fria, tampouco ser forçado a escolher entre os Estados Unidos e a China. Lula reiterou seu compromisso com o multilateralismo e com a promoção do livre comércio internacional.

“Você não quer Guerra Fria”, afirmou Lula, dirigindo-se a Boric. “Eu também não quero Guerra Fria. Não quero ter que optar entre os Estados Unidos ou a China. Quero manter relações com os Estados Unidos e também com a China”, declarou o presidente brasileiro à imprensa. “Quero negociar com todos, quero vender e comprar, estabelecer parcerias”, completou.

O chefe do Executivo ressaltou ainda que o Brasil, em razão de sua dimensão territorial, econômica e influência regional, deve assumir o papel de indutor do desenvolvimento e da cooperação na América Latina.

As declarações do presidente ocorrem em um contexto internacional marcado por tensões comerciais crescentes, sobretudo em razão da política tarifária adotada pelos Estados Unidos sob a gestão do presidente Donald Trump. Washington ampliou tarifas de importação para diversos países, incluindo o Brasil, com alíquota de 10%, e intensificou sobretaxações sobre produtos chineses, atingindo 245% em alguns setores.

Nesse cenário, Lula defende uma política externa independente e voltada à diversificação das relações comerciais e diplomáticas do Brasil, como forma de fortalecer a soberania nacional e promover a integração global em bases cooperativas.