A China emitiu na segunda-feira (21) um alerta contundente a países que firmarem acordos comerciais com os Estados Unidos em detrimento de seus interesses. Em comunicado oficial, o Ministério do Comércio chinês declarou que Pequim “se opõe firmemente a qualquer nação que feche um acordo às custas dos interesses da China” e afirmou que adotará “contramedidas recíprocas com determinação” caso tal cenário se concretize.
O posicionamento ocorre em um momento de crescente movimentação internacional em torno de negociações com os EUA. Diversos países buscam, atualmente, isenções ou reduções nas tarifas comerciais impostas por Washington. Embora a suspensão das chamadas tarifas recíprocas tenha sido anunciada para todos os países no início deste mês, a China foi a única nação excluída da medida. Em resposta, o governo chinês impôs tarifas retaliatórias.
Pequim aproveitou o comunicado de segunda-feira para reforçar sua posição contrária ao que classificou como “bullying unilateral” e declarou estar disposta a fortalecer a solidariedade e a coordenação com a comunidade internacional para enfrentar os desafios do comércio global. Segundo o Ministério do Comércio, “nenhum país sairá ileso diante do unilateralismo e do protecionismo”.
A nota oficial afirma ainda que, se o comércio internacional retornar à lógica da “lei da selva”, onde “os fortes devoram os fracos”, todas as nações sairão prejudicadas.
As declarações do governo chinês coincidem com o início de uma nova rodada de negociações comerciais conduzida pelos Estados Unidos. O presidente Donald Trump, afirmou na segunda-feira na Truth Social que líderes estrangeiros e executivos têm procurado seu governo em busca de alívio tarifário. “É bom ver que o mundo sabe que estamos falando sério, porque estamos!”, escreveu.
Trump acrescentou que os países precisam “corrigir os erros de décadas de abusos” e sinalizou que não haverá concessões fáceis. Em outra publicação intitulada “trapaça não tarifária”, ele listou uma série de práticas que, segundo ele, representam barreiras comerciais injustas, incluindo manipulação cambial, subsídios à exportação, roubo de propriedade intelectual, além de normas agrícolas e técnicas de proteção.