Ao contemplar a multidão de fiéis reunida na Praça de São Pedro no Domingo de Páscoa, o Papa Francisco direcionou sua mensagem a um mundo marcado por diversos focos de conflito, clamando pelo fim das guerras em Gaza, Ucrânia e Sudão.
Com a saúde debilitada, o pontífice limitou-se a ler apenas algumas frases, permanecendo sentado enquanto um assessor transmitia sua tradicional mensagem pascal. Em seu pronunciamento, o Papa destacou a celebração da vida como contraponto ao “estrondo da morte” que, segundo suas palavras, ressoa em escala crescente ao redor do globo.
O início de seu pontificado remonta a um cenário internacional relativamente mais estável. Em 2013, a Rússia ainda não havia anexado a Crimeia, a guerra civil na Síria não contava com a intervenção direta de grandes potências, e o fluxo migratório em direção à Europa ainda não era classificado como uma crise.
Horas antes da celebração, o Papa listou 11 países e seis regiões assoladas por conflitos armados, evidenciando o agravamento da violência e da instabilidade no cenário internacional.
“Quanta sede de morte e destruição presenciamos diariamente nos numerosos conflitos que afligem tantas partes do mundo!… Quanta indiferença, por vezes, recai sobre os vulneráveis, os marginalizados e os migrantes!”, afirmou.
O pontífice também intercedeu pelas comunidades cristãs no Líbano e na Síria, pediu por “diálogo construtivo” para combater a fome no Iêmen, e rogou por paz no Sudão e no Sudão do Sul, bem como pelas vítimas da violência na República Democrática do Congo. Em relação a Mianmar, mencionou um incipiente cessar-fogo como um “tênue sinal de esperança”.
Francisco renovou seu apelo por uma “paz justa e duradoura” na Ucrânia e lamentou o sofrimento em Gaza, “onde o terrível conflito continua a provocar morte e destruição”. Crítico contundente da ofensiva israelense contra o Hamas, o Papa intensificou suas condenações nos últimos meses, qualificando o conflito como “muito grave e vergonhoso” em janeiro.