O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar universidades americanas e declarou, nesta quarta-feira (16), que Harvard “é uma piada” e não merece mais receber recursos do governo. Em publicação na plataforma Truth Social, o republicano afirmou: “Harvard nem sequer pode ser considerada um lugar decente de aprendizagem e não deveria figurar em nenhuma lista das melhores universidades do mundo. Harvard é uma piada, ensina ódio e estupidez, e não deveria receber fundos federais”.
A declaração integra uma ofensiva mais ampla da Casa Branca contra universidades da Ivy League — grupo que reúne as mais antigas e prestigiadas instituições de ensino superior dos EUA. O governo Trump alega que essas instituições toleraram manifestações antissemitas durante protestos contra a guerra na Faixa de Gaza.
Diante disso, a gestão republicana passou a impor condições para a manutenção de subsídios públicos, como auditorias sobre as opiniões de alunos e professores. Harvard foi a primeira a se recusar a atender às exigências. Em resposta, o governo anunciou o congelamento de US$ 2,2 bilhões (cerca de R$ 13 bilhões) em verbas federais, ameaçou retirar benefícios fiscais da universidade e exigiu um pedido formal de desculpas.
Em contraste, a Universidade Columbia atendeu parcialmente às demandas, permitindo detenções dentro do campus e alterando a estrutura do departamento de estudos sobre o Oriente Médio. A decisão foi alvo de duras críticas no meio acadêmico, sob o argumento de que tal atitude encoraja a escalada de pressões políticas sobre as universidades.
Em carta dirigida à comunidade acadêmica, o reitor de Harvard, Alan Garber, afirmou que a instituição “não abandonará sua independência nem seus direitos garantidos pela Constituição”.
As exigências do governo incluem cortes em áreas voltadas à diversidade e à abordagem crítica da história americana, como os estudos sobre o extermínio de indígenas, a escravidão e a segregação. A ofensiva reflete um dos pilares ideológicos do trumpismo: a ideia de que as elites culturais, sob influência do chamado “marxismo cultural”, se distanciaram do cidadão comum e deixaram de servir ao interesse nacional.