O investidor do programa Shark Tank, Kevin O’Leary, voltou a criticar duramente a China por sua resistência em negociar tarifas com os Estados Unidos, afirmando que o país asiático poderá ser “virtualmente ferrado” caso o impasse comercial persista.
“A grande e colossal história sobre a qual tanto falamos é a da China. Precisamos entender onde eles se encaixam nessa narrativa”, declarou O’Leary em entrevista ao programa Varney & Co., da Fox Business, nesta segunda-feira (14).
Segundo ele, o nível das tarifas já proposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, pode ter impacto devastador. “Mesmo que eu queira 400% de tarifas, isso já é bombástico. Mais de 100% já aniquila todo o comércio. Xi Jinping, em algum momento, terá que aceitar a proposta de paz que Trump já ofereceu duas vezes neste fim de semana”, afirmou.
Na sexta-feira (11), a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA divulgou novas diretrizes sobre negociações tarifárias recíprocas. A medida excluiu produtos como smartphones, laptops e outros eletrônicos da ordem executiva de 2 de abril, na qual Trump declarou emergência nacional devido a práticas comerciais consideradas desleais por parte da China. Ordens posteriores elevaram tarifas para até 145%.
O’Leary reforçou sua visão de que a China é quem deve sofrer o maior impacto da guerra tarifária. Segundo ele, a estratégia de vender títulos do Tesouro americano — ativos dos quais a China detém cerca de US$ 760 bilhões — não surtiria o efeito desejado.
“[Xi Jinping] não pode vender letras do Tesouro. Isso só valorizaria sua moeda, tornando seus produtos ainda menos competitivos. Isso arruinaria sua economia, que já está à beira da falência”, alertou. “É uma questão puramente econômica.”
O investidor concluiu que os Estados Unidos possuem uma vantagem estratégica crucial: “Quase 39% de tudo o que é produzido nas fábricas da China é consumido por americanos. Se Xi não conseguir vender esses produtos, milhões perderão seus empregos. E ele sabe disso.”