Senado aprova retaliação contra barreiras comerciais a produtos brasileiros

A proposta busca reagir às restrições da União Europeia e às ameaças de Trump de sobretaxar produtos estrangeiros.


A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou um projeto que permite ao governo retaliar países ou blocos que imponham barreiras a produtos brasileiros.

O texto autoriza medidas contra decisões unilaterais estrangeiras que:

• Violem acordos comerciais do Brasil;

• Apliquem sobretaxas;

• Estabeleçam critérios ambientais mais duros para produtos brasileiros do que para os mesmos bens nos países importadores.

A proposta, apoiada pelo governo e pelo agronegócio, busca reagir a restrições da União Europeia e às ameaças do presidente dos EUA, Donald Trump, de sobretaxar produtos estrangeiros.

“Essa lei não é só para os EUA, mas para todos os mercados que negociam com o Brasil [como a União Europeia]. Não é retaliação, e sim proteção”, afirmou a relatora Tereza Cristina (PP-MS).

O presidente Lula tem defendido a reciprocidade, ou seja, responder na mesma medida quando o Brasil for afetado.

Atualmente, o Brasil segue as regras da OMC, que proíbem tarifas diferenciadas para membros. O projeto agora segue para a Câmara, salvo recurso para plenário.

“Falaremos com o presidente da Câmara, Hugo Motta, para que haja urgência na tramitação. A senadora Tereza Cristina também buscará apoio para uma rápida análise”, declarou o presidente da CAE, Renan Calheiros (MDB-AL).

O projeto permite ao Executivo adotar contramedidas isoladas ou combinadas, incluindo:

• Sobretaxas sobre importação de bens ou serviços;

• Suspensão de obrigações em acordos comerciais;

• Suspensão de direitos de propriedade intelectual.

Nesse último caso, o Brasil poderia suspender o pagamento de royalties e o registro de patentes de empresas e indivíduos do país afetado, interrompendo a remuneração ao titular da patente pelo uso não autorizado.