O empate sem gols contra o Botafogo, na estreia do Brasileirão, trouxe à tona um tema recorrente no Palmeiras: a falta de eficiência ofensiva. Abel Ferreira, que já vinha sendo questionado após o vice-campeonato paulista, não fugiu do assunto em sua entrevista coletiva. O técnico reconheceu que o time não está em seu melhor nível e citou a preparação curta para justificar o desempenho abaixo do esperado.
“A única coisa que podem esperar é trabalhar para melhorar os nossos processos”, resumiu o treinador, destacando que o time ainda sofre os impactos emocionais da final perdida e da ausência de alguns jogadores. Segundo ele, o Botafogo teve mais tempo para se preparar, o que teria sido um fator determinante para o resultado.
A insatisfação da torcida, porém, vai além das explicações do treinador. A principal organizada do clube, Mancha Verde, divulgou uma nota dura, criticando não apenas Abel, mas também a presidente Leila Pereira e o diretor de futebol Anderson Barros. No comunicado, Leila foi acusada de desrespeitar a história do clube e foi alertada de que sua gestão está com os dias contados.
A crítica a Abel Ferreira teve um tom ainda mais incisivo. A torcida reconheceu os títulos conquistados pelo técnico, mas reforçou que “nem o maior treinador da nossa história é maior do que a nossa história”. Além disso, questionou o comportamento do português no banco de reservas e sugeriu que sua postura tem impactado negativamente o time dentro de campo.
Outro ponto levantado foi a relação de Abel com a diretoria. A organizada cobrou que o treinador pare de “proteger” Leila Pereira e Anderson Barros e pediu mudanças estratégicas na equipe. A dependência de jovens talentos como Estêvão também foi alvo de críticas.
Por fim, a nota relembrou um episódio polêmico: o pré-contrato assinado por Abel e posteriormente cancelado, algo que, segundo a torcida, prejudicou o clube financeiramente. A conclusão foi direta: se o treinador não está satisfeito, ele deveria pedir para sair.
O desgaste entre Abel Ferreira e a torcida parece ter chegado ao ápice. Ainda que o técnico tenha um histórico vitorioso no Palmeiras, a cobrança sobre ele cresce a cada tropeço. Caso os resultados não melhorem rapidamente, talvez seja realmente o momento de encerrar esse ciclo.