Partidos de extrema-esquerda e movimentos sociais organizaram neste domingo (30) protestos contra o Projeto de Lei da Anistia (PL da Anistia) em diversas regiões do Brasil. Em São Paulo, a manifestação começou por volta das 13h na Avenida Paulista, com projeções iniciais de 300 participantes, seguida por uma caminhada até a antiga sede do DOI-Codi. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), um dos principais articuladores do ato, declarou à emissora CNN Brasil que a importância do protesto estava em “não deixar as ruas para o bolsonarismo” e em se posicionar contra a proposta de anistia.
O evento ocorre poucos dias após a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal tornar réu o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados, acusados de suposta tentativa de golpe de Estado. Apesar da mobilização, o comparecimento aos atos da esquerda tem sido considerado baixo em comparação aos promovidos por Bolsonaro e seus apoiadores. Um exemplo disso foi a manifestação no Rio de Janeiro, em 16 de março, que reuniu aproximadamente 30 mil pessoas segundo o DataFolha. O ex-presidente havia declarado expectativa de 1 milhão de pessoas no evento. A Polícia Militar do Rio estimou um público de 400 mil.
Durante o ato em Copacabana, Bolsonaro reconheceu que a presença foi menor do que em manifestações anteriores, como a de 7 de setembro de 2022. Ele afirmou que não pretende deixar o Brasil e que será um problema “preso ou morto”. O ex-presidente criticou as investigações sobre a suposta trama golpista e sugeriu que sua campanha eleitoral de 2022 foi prejudicada por ações do então presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes.
A diferença entre as estimativas de público nos eventos reflete a polarização política no país e a dificuldade em mobilizar grandes contingentes em torno de pautas específicas.