O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou neste domingo (30) que o Japão é essencial para conter a agressão chinesa, destacando o início da implementação de um plano para modernizar o comando militar dos EUA no país.
“Compartilhamos um ethos guerreiro que define nossas forças”, disse Hegseth ao ministro da Defesa japonês, Gen Nakatani, em Tóquio. “O Japão é nosso parceiro indispensável para dissuadir a agressão militar comunista chinesa”, inclusive no Estreito de Taiwan.
Chamando o Japão de “pedra angular da paz e segurança no Indo-Pacífico”, Hegseth ressaltou que o governo Trump seguirá estreitando laços com seu principal aliado na Ásia.

Em julho de 2024, a Casa Branca de Joe Biden anunciou uma grande reformulação do comando militar dos EUA no Japão para fortalecer a coordenação com as forças japonesas. A mudança criará um comandante operacional combinado no Japão, alinhado ao novo comando conjunto das Forças de Autodefesa do Japão.
Os elogios ao Japão contrastam com as críticas de Hegseth aos aliados europeus em fevereiro, quando disse que não deveriam presumir a presença permanente dos EUA. Trump, por sua vez, já questionou a reciprocidade do tratado de defesa com o Japão e cobrou mais investimentos japoneses para a presença militar americana.
Atualmente, 50.000 militares dos EUA estão no Japão, com esquadrões de caças e o único grupo de ataque de porta-aviões avançado dos EUA no Pacífico ocidental, limitando a expansão militar chinesa.
Enquanto isso, o Japão intensifica seus gastos militares, investindo em mísseis de longo alcance. No entanto, sua atuação continua limitada pela constituição imposta pelos EUA após a Segunda Guerra Mundial, que renuncia ao direito de guerra.
Hegseth e Nakatani concordaram em acelerar a produção conjunta de mísseis ar-ar AMRAAM além do alcance visual e considerar a fabricação de mísseis de defesa superfície-ar SM-6 para reduzir a escassez de munições.
Além disso, Hegseth solicitou maior acesso às ilhas estratégicas do sudoeste do Japão, próximas ao disputado Mar do Sul da China, perto de Taiwan. Sua visita ao Japão ocorreu após passagem pelas Filipinas. No sábado (29), ele esteve em Iwo Jima, palco de intensos combates entre EUA e Japão há 80 anos.