Príncipe Harry deixa ONG e enfrenta acusações de assédio e intimidação

Harry cofundou a Sentebale em 2006, ao lado do príncipe Seeiso de Lesoto, para apoiar jovens com HIV e Aids em Lesoto e Botsuana.


A presidente da instituição de caridade Sentebale, Sophie Chandauka, acusou o príncipe Harry de “assédio e intimidação em grande escala” após sua renúncia à organização. O filho mais novo do Rei Charles deixou a entidade nesta semana devido a um desentendimento que classificou como “devastador”.

Harry cofundou a Sentebale em 2006, ao lado do príncipe Seeiso de Lesoto, para apoiar jovens com HIV e Aids em Lesoto e Botsuana. Ambos, juntamente com o conselho administrativo, decidiram se afastar da instituição após conflitos com Chandauka.

Em entrevista à emissora Sky News, que será transmitida neste domingo (30), Chandauka criticou a forma como Harry deixou a Sentebale.

“Em algum momento, o príncipe Harry autorizou a divulgação de uma notícia prejudicial ao mundo sem me informar, sem avisar aos diretores do meu país ou ao meu diretor executivo”, afirmou.

Ela disse que o episódio teve um grande impacto sobre ela e os 540 funcionários e familiares ligados à Sentebale.

“Esse é um exemplo de assédio e intimidação em grande escala”, acrescentou.

Representantes de Harry e Meghan Markle não responderam imediatamente às alegações. A Sky News informou que o casal recusou-se a oferecer uma resposta formal.

Uma fonte próxima aos patrocinadores da Sentebale afirmou que já esperavam o que descreveram como um “golpe publicitário” e que tomaram a decisão coletiva de renunciar cientes dessa possibilidade.

Na quarta-feira (26), Harry e Seeiso divulgaram uma declaração conjunta classificando como “devastador” o rompimento irreparável entre os credores da instituição e Chandauka.

Anteriormente, Chandauka havia acusado a Sentebale de “má governança, gestão fraca, abuso de poder, intimidação, assédio e misoginia”.

Em entrevista ao Financial Times, publicada no sábado (29), ela afirmou que foi pressionada pela equipe de Harry a proteger Meghan Markle da cobertura negativa da imprensa, o que se recusou a fazer.

Ela também criticou a administração da Sentebale.

“A forma como a entidade era gerida não era mais apropriada em 2023, em um mundo pós-Black Lives Matter”, declarou.

Harry e Seeiso disseram que os credores agiram no melhor interesse da instituição ao pedir que Chandauka renunciasse, mas que, em resposta, ela processou a Sentebale para manter seu cargo.