Os Estados Unidos iniciaram o envio de bombardeiros estratégicos B-2 Spirit para Diego Garcia, um posto militar avançado no Oceano Índico. Duas aeronaves já pousaram, enquanto outras duas seguem a caminho da Base Aérea de Whiteman, no estado americano do Missouri.
A movimentação incomum desses bombardeiros furtivos pode indicar preparativos para ataques contra alvos Houthis no Iêmen ou servir como uma mensagem dissuasiva ao Irã. A implantação, sem precedentes em escopo, ocorre em meio à intensificação dos ataques aéreos dos EUA contra os Houthis e ao aumento das advertências a Teerã sobre seu apoio ao grupo e suas ambições nucleares.
Washington reforça sua presença militar em uma região onde as tensões geopolíticas crescem, impulsionadas pelo envolvimento iraniano com os Houthis e atividades nucleares percebidas pelos EUA e seus aliados como uma ameaça à segurança global.
O B-2 Spirit é um bombardeiro furtivo estratégico projetado para penetrar sistemas avançados de defesa aérea e realizar ataques de precisão contra alvos de alto valor. Seu design de asa voadora e materiais de absorção de radar reduzem significativamente sua detecção.
Movido por quatro motores General Electric F118, sem pós-combustores, pode alcançar Mach 0,95 e operar a uma altitude de 15.200 metros. Com autonomia de 11.000 km sem reabastecimento, sua capacidade é ampliada com reabastecimento aéreo.
O B-2 transporta até 23 toneladas de armamentos, incluindo bombas nucleares B61 e B83, além de mísseis AGM-129. Sua defesa depende de furtividade e contramedidas eletrônicas avançadas.
O radar AN/APQ-181, de abertura sintética, minimiza emissões, permitindo mapeamento preciso do terreno e identificação de alvos. O programa Spirit Realm 1 introduziu uma arquitetura aberta para integração de novas armas e tecnologias, garantindo sua relevância em conflitos modernos.
Imagens de satélite das últimas 48 horas confirmam a chegada de várias aeronaves C-17 e ao menos dez aviões-tanque a Diego Garcia. Esse deslocamento logístico sugere preparações operacionais extensivas.

A ilha, sob controle britânico, historicamente serve como ponto estratégico para operações aéreas dos EUA no Oriente Médio. Sua localização oferece segurança contra mísseis iranianos e permite rápida projeção de força.
Comunicações de tráfego aéreo indicam que bombardeiros B-2 sobrevoaram a Austrália antes de seguir para Diego Garcia. Três aeronaves, identificadas como Pitch 11, Pitch 14 e um terceiro modelo desconhecido, foram reabastecidas em pleno voo. Uma quarta, Pitch 13, fez pouso de emergência na Base Aérea de Hickam, no Havaí.
Bombardeiros adicionais, sob o indicativo de chamada Abba, partiram da Base Aérea de Whiteman no mesmo dia. O Comando de Ataque Global da Força Aérea dos EUA reconheceu a movimentação, mas reteve detalhes operacionais por segurança.
A presença dos B-2 integra um reforço militar mais amplo. Segundo o site americano POLITICO, o Secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, ordenou a permanência do porta-aviões USS Harry S. Truman no Oriente Médio e a mobilização do USS Carl Vinson. Relatos indicam a presença de caças F-35A na região, ampliando as capacidades aéreas dos EUA.
Caso mais de quatro bombardeiros B-2 sejam posicionados em Diego Garcia, isso representará uma demonstração significativa de força direcionada ao Oriente Médio. Essas aeronaves são as únicas no mundo capazes de carregar a Massive Ordnance Penetrator (MOP), uma bomba de 14 toneladas projetada para destruir alvos subterrâneos reforçados.
A combinação de furtividade e armamento de precisão garante vantagem estratégica para atingir locais de alto valor minimizando o risco de interceptação.
Implantações de B-2 em Diego Garcia são raras, evidenciando a importância da situação no Oriente Médio para Washington. A base já foi usada em missões no Afeganistão em 2001 e no Iraque em 2003, desempenhando papel crucial na estratégia aérea dos EUA.

A escalada de ataques contra os Houthis e as crescentes tensões com o Irã aumentam a incerteza sobre uma possível expansão das operações. Os EUA já conduziram múltiplos ataques contra os Houthis, incluindo 15 relatados pela Reuters em outubro de 2024, em resposta a conflitos ligados à guerra Israel-Hamas.