A Marinha dos Estados Unidos anunciará nesta semana a empresa responsável pelo desenvolvimento de seu caça furtivo de próxima geração para operações em porta-aviões, segundo fontes familiarizadas com o processo à Reuters.
O programa, denominado F/A-XX, é considerado essencial para os planos militares norte-americanos de enfrentamento à crescente assertividade da China na região Indo-Pacífico. Trata-se de um projeto cujo valor poderá atingir centenas de bilhões de dólares ao longo de sua execução.
Inicialmente, o contrato envolverá valores de bilhões de dólares na fase de desenvolvimento de engenharia e fabricação (EMD), etapa crucial para a consolidação do F/A-XX, aeronave destinada a substituir a frota de F/A-18E/F Super Hornet.
O novo jato deverá incorporar avançadas capacidades furtivas, maior alcance e resistência, além de integração com aeronaves não tripuladas e os sistemas de defesa aérea embarcados da Marinha dos EUA.

A expectativa é que o anúncio ocorra logo após a confirmação de John Phelan como novo Secretário da Marinha, oficializada na segunda-feira (24).
A disputa tem se mostrado acirrada entre as gigantes Boeing, Lockheed Martin e Northrop Grumman, todas apresentando propostas técnicas e protótipos detalhados à avaliação da Marinha.
A Boeing, apesar de ter enfrentado recentes adversidades como greves trabalhistas, demissões de engenheiros e problemas com sua cápsula Starliner, foi recentemente beneficiada ao conquistar o contrato do caça F-47 da Força Aérea dos EUA. A empresa também lidera a produção da aeronave de reabastecimento não tripulada MQ-25, destinada a operações embarcadas.

“Assumir dois projetos de caças poderá proporcionar vantagens em economias de escala, com a aquisição ampliada de matérias-primas e a transferência de tecnologias entre as aeronaves”, ponderaram analistas.
A Northrop Grumman, por sua vez, ostenta um histórico de excelência na produção de aeronaves inovadoras, como os bombardeiros furtivos B-2 e B-21, consolidando-se como um concorrente de peso na disputa.
Já a Lockheed Martin, considerada favorita no início da competição, teria enfrentado dificuldades para atender a requisitos técnicos específicos da Marinha, como o desenvolvimento de um radar mais avançado e aprimoramento das capacidades de pouso embarcado.
A agência Reuters informou em 4 de março que a Lockheed Martin foi excluída da disputa, embora a Marinha ainda não tenha oficializado tal decisão.
Estima-se que os primeiros exemplares do F/A-XX entrem em operação na década de 2030, enquanto os atuais F/A-18 seguirão em serviço até a década de 2040.