Um grupo de 31 empresas responsáveis pelo transporte de cargas da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) denuncia atrasos nos pagamentos e ameaça interromper os serviços caso a situação não seja resolvida nos próximos dias.
Em carta enviada ao presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, as empresas relatam os problemas.
“As quitações não estão sendo feitas de maneira regular, conforme o depoimento de cada transportadora, além do descumprimento das datas previstas para os repasses, o que torna inviável a manutenção dos serviços”, diz o documento.
O ofício foi encaminhado na última quinta-feira (20). O prazo inicial para a quitação das dívidas era segunda-feira (24), mas as transportadoras decidiram conceder um prazo adicional de 72 horas para a estatal.
Em nota oficial, os Correios justificaram o atraso devido a um problema técnico, mas garantiram que os pagamentos estão sendo normalizados.
“Os Correios enfrentaram uma falha técnica no sistema de pagamento de alguns fornecedores, mas os repasses já estão em curso. Vale ressaltar que as entregas em todo o território nacional seguem normalmente”, declarou a estatal.
A ameaça das transportadoras surge em meio a uma grave crise financeira que atinge os Correios.
As estatais federais registraram em 2024 um déficit de R$ 6,7 bilhões, o maior da história. Os Correios são responsáveis pela maior fatia desse rombo, com um prejuízo de R$ 3,2 bilhões, segundo o Banco Central (BC).
Diante desse cenário, o vice-líder do PL na Câmara, deputado Zé Vitor (MG), protocolou nesta segunda-feira (24) um requerimento para criar uma Comissão Temporária Externa que irá acompanhar e fiscalizar o déficit das estatais.
Segundo o parlamentar, o objetivo é entender os impactos dessa crise financeira e propor alternativas para a gestão eficiente dos recursos públicos.