Inflação acelera para 1,31% em fevereiro e tem maior alta para o mês desde 2003

O IBGE aponta que 92% da inflação do mês veio de quatro grupos: habitação, educação, alimentação e bebidas, e transportes.


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,31% em fevereiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos últimos 12 meses, a taxa atingiu 5,06%, acima dos 4,56% registrados no período anterior. Esse foi o maior avanço para fevereiro desde 2003.

O principal responsável pela alta foi o setor de energia elétrica residencial, que subiu 16,80% e impactou o índice em 0,56 ponto percentual. O IBGE aponta que 92% da inflação do mês veio de quatro grupos: habitação, educação, alimentação e bebidas, e transportes.

O grupo habitação passou de queda de 3,08% em janeiro para alta de 4,44% em fevereiro, impulsionado pela energia elétrica. “Essa alta se deu em razão do fim da incorporação do Bônus de Itaipu, que concedeu descontos em faturas no mês de janeiro”, explicou Fernando Gonçalves, gerente do IPCA.

A maior variação percentual ocorreu na educação, com alta de 4,70% e impacto de 0,28 p.p. “O crescimento nos preços do grupo é explicado pelos reajustes nas mensalidades escolares praticados no começo do ano letivo”, disse Gonçalves. Os maiores aumentos foram no ensino fundamental (7,51%), ensino médio (7,27%) e pré-escola (7,02%).

O grupo alimentação e bebidas desacelerou, passando de 0,96% em janeiro para 0,70% em fevereiro. O ovo de galinha subiu 15,39%, e o café moído, 10,77%. “O café, com problemas na safra, está em trajetória de alta desde janeiro. Já o aumento do ovo se justifica pela alta na exportação e pela maior demanda com a volta às aulas”, esclareceu o gerente do IPCA.

Transportes variou 0,61%, desacelerando em relação a janeiro (1,30%). O aumento nos combustíveis (2,89%) foi puxado pelo óleo diesel (4,35%), etanol (3,62%) e gasolina (2,78%), que teve o segundo maior impacto individual no índice (0,14 p.p.). Apenas o gás veicular (-0,52%) caiu.

Os demais grupos registraram: artigos de residência (0,44%), vestuário (0,00%), saúde e cuidados pessoais (0,49%), despesas pessoais (0,13%) e comunicação (0,17%).