O presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu impor sanções pesadas à Rússia, dias após interromper a ajuda militar e de inteligência à Ucrânia. Ele pediu que ambos os países negociem um acordo de paz imediato.
“Com base no fato de que a Rússia está ‘destruindo’ a Ucrânia no campo de batalha agora, estou considerando seriamente sanções bancárias, sanções e tarifas em larga escala contra a Rússia até que um cessar-fogo e um ACORDO FINAL DE PAZ SEJAM ALCANÇADOS”, disse Trump em sua rede social nesta sexta-feira (7).
Ele instou os dois lados a negociarem: “À Rússia e à Ucrânia, sentem-se à mesa agora mesmo, antes que seja tarde demais. Obrigado!!!”
A ameaça de sanções ocorreu após a agência Reuters revelar que a Casa Branca avaliava aliviar restrições contra Moscou para viabilizar um acordo de paz e melhorar relações diplomáticas e econômicas.
As forças russas quase cercaram milhares de soldados ucranianos que, no verão passado, invadiram a região de Kursk em um ataque surpresa. Kiev esperava usar essa incursão como trunfo em eventuais negociações.
Mas Trump adotou um tom mais conciliador ao falar sobre Vladimir Putin, afirmando acreditar que o líder russo deseja encerrar o conflito.
“Acho que ele quer acabar com isso e resolver isso, e acho que ele está atacando-os com mais força do que – do que ele tem atacado. E acho que provavelmente qualquer um nessa posição estaria fazendo isso agora”, disse Trump.
O presidente americano sugeriu dificuldades no trato com Kiev: “Francamente, estou achando mais difícil lidar com a Ucrânia.”
Nos últimos três dias, a situação das forças ucranianas em Kursk se deteriorou. A contraofensiva russa quase cortou a unidade em duas, isolando parte do contingente das linhas de suprimento.
“A situação é muito ruim”, avaliou Pasi Paroinen, do Black Bird Group, à Reuters.
Durante a noite, ataques russos danificaram infraestrutura de energia e gás ucraniana. Foi o primeiro grande bombardeio desde que os EUA cessaram o compartilhamento de inteligência com Kiev.
Dez pessoas, incluindo uma criança, ficaram feridas, informaram autoridades.
O presidente Volodymyr Zelensky, buscando apoio ocidental após a mudança diplomática de Washington, reagiu pedindo uma trégua que abranja o ar e o mar.
“Os primeiros passos para estabelecer uma paz real devem ser forçar a única fonte desta guerra, a Rússia, a parar tais ataques”, disse Zelensky no Telegram.