A Europa se prepara para um possível afastamento dos EUA no apoio à Ucrânia e até para um cenário de aliança entre Washington e Moscou. Diante desse risco, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou nesta terça-feira (4) um plano de 800 bilhões de euros (R$ 4,9 trilhões) para fortalecer a defesa da União Europeia.
“Não preciso descrever a natureza grave das ameaças que enfrentamos”, disse von der Leyen. O plano “REARM Europe” será apresentado aos 27 líderes do bloco em uma reunião de emergência em Bruxelas, na quinta-feira, após a decisão dos EUA de pausar sua ajuda à Ucrânia. A UE pretende garantir que o país tenha força militar para negociar com a Rússia.
O dilema europeu tem sido a falta de investimentos em defesa, pois por décadas os países do bloco confiaram no guarda-chuva nuclear dos EUA. Agora, para viabilizar o novo plano, a Comissão Europeia quer afrouxar as regras fiscais e permitir que os estados-membros ampliem seus gastos militares sem ultrapassar os limites orçamentários.
“Se os estados-membros aumentassem seus gastos com defesa em 1,5% do PIB, isso poderia criar um espaço fiscal de quase 650 bilhões de euros (US$ 683 bilhões) em quatro anos”, afirmou von der Leyen. Além disso, um programa de empréstimos de 150 bilhões de euros (US$ 157 bilhões) ajudaria os países a modernizar suas forças armadas.
Entre as prioridades estão sistemas de defesa aérea e antimísseis, artilharia, mísseis, munição, drones e defesa cibernética. A proposta exigirá um grande esforço, já que muitos países do bloco ainda gastam menos de 2% do PIB em defesa.
O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, alertou que a meta agora deve ser mais ambiciosa. “Os estados-membros precisam passar para mais de 3% do PIB o mais rápido possível”, disse ele.