Barroso nega afastamento de Zanin e Dino no julgamento de Bolsonaro no STF

Com essa decisão, Zanin e Dino continuarão no julgamento que trata das acusações contra Bolsonaro e outros envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes.


O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, rejeitou os pedidos de impedimento de Cristiano Zanin e Flávio Dino no julgamento da denúncia contra Jair Bolsonaro e outros investigados pelos atos de 8 de janeiro.

A defesa do ex-presidente solicitou o afastamento dos ministros alegando suposta parcialidade. No entanto, Barroso concluiu que não há justificativa legal para impedir a participação dos magistrados.

ARGUMENTOS DA DEFESA

Os advogados de Bolsonaro sustentaram que Zanin deveria ser impedido porque já havia se declarado suspeito em outro processo eleitoral envolvendo o ex-presidente.

Sobre Dino, a defesa argumentou que, quando ainda era ministro da Justiça, ele acionou Bolsonaro na Justiça por calúnia, o que comprometeria sua imparcialidade.

Barroso, porém, ressaltou que as hipóteses de impedimento são taxativas e não podem ser ampliadas.

DECISÃO DO STF

Ao negar os pedidos, o presidente da Corte reforçou:

“A jurisprudência do STF é clara ao afirmar que as hipóteses de impedimento são taxativas e não podem ser ampliadas. Os fatos narrados não impossibilitam a atuação dos ministros no julgamento da denúncia.”

O ministro também afirmou que a arguição de impedimento não pode discutir se o caso será julgado pela Primeira Turma ou pelo Plenário. A defesa de Bolsonaro queria que o caso fosse levado ao colegiado maior.

Com essa decisão, Zanin e Dino continuarão no julgamento que trata das acusações contra Bolsonaro e outros envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília.

A rejeição dos pedidos mantém inalterada a composição da turma responsável pelo caso, o que representa mais um revés para o ex-presidente.