Cid detalha que Michelle e Eduardo Bolsonaro integravam a “ala mais radical favorável a um golpe de Estado”

O ministro do STF, Alexandre de Moraes, derrubou o sigilo da delação na quarta-feira (19).


Os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador Flávio Bolsonaro (PL) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL), divergiam sobre a reação após a derrota nas eleições de 2022. Segundo delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Flávio rejeitava um golpe de Estado, enquanto Eduardo apoiava a ideia.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, derrubou o sigilo da delação nesta quarta-feira (19).

Cid relatou que Flávio integrava um grupo conservador que defendia aceitar o resultado eleitoral. “[O grupo] aconselhava o presidente a mandar o povo para casa e a se colocar como um grande líder da oposição”, revelou o delator.

Outro grupo, classificado por Cid como “radical”, dividia-se em duas alas. A “menos radical” buscava indícios de fraude nas urnas para justificar contestação, enquanto a “mais radical” defendia um golpe de Estado por decreto. Eduardo Bolsonaro estaria entre os mais radicais.

Esse grupo acreditava que Bolsonaro teria apoio popular e de CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores) caso decidisse manter-se no poder. Segundo Cid, Michelle Bolsonaro também fazia parte desse segmento.

DISTRIBUIÇÃO DOS GRUPOS

— Conservadores:

• Flávio Bolsonaro, AGU Bruno Bianco, Ciro Nogueira, Brigadeiro Batista Júnior.

Defendiam que Bolsonaro assumisse a liderança da oposição e orientasse apoiadores a deixarem os quartéis.

— Moderados:

Reconheciam abusos jurídicos, mas não viam ação possível contra o resultado.

• Generais Freire Gomes, Arruda, Teófilo e Paulo Sérgio integravam o primeiro subgrupo.

Outro subgrupo defendia a saída de Bolsonaro do Brasil: Paulo Junqueira, Naban Garcia e Magno Malta.

— Radicais:

O grupo se dividia em duas alas. A “menos radical” buscava indícios de fraude. Integrantes:

• General Pazuello, Valdemar Costa Neto, Major Denicole, Senador Heinz.

— A “mais radical” defendia o golpe armado. Nomes citados:

• Felipe Martins, Onyx Lorenzoni, Jorge Seiff, Gilson Machado, Magno Malta, Eduardo Bolsonaro, General Mario Fernandes, Michelle Bolsonaro.