Os Estados Unidos intensificaram voos secretos de drones sobre o México para identificar laboratórios de fentanil, como parte de uma campanha mais agressiva contra os cartéis de drogas, conforme informado por autoridades americanas ao jornal ‘New York Times’. Esse programa secreto, que começou sob a Presidência de Joe Biden, foi ampliado por Donald Trump e seu diretor da CIA, John Ratcliffe, que prometeram ações mais intensas contra os cartéis mexicanos. Aumentar os voos de drones foi um passo inicial rápido.
Apesar de a CIA não ter permissão para usar os drones em ações letais, as autoridades afirmam que os equipamentos têm sido eficazes na localização de laboratórios de fentanil, pois os espaços de produção emitem produtos químicos que facilitam a identificação. Por enquanto, as informações coletadas são repassadas aos mexicanos, sem ataques aéreos.
O governo mexicano já havia tomado medidas para atender às preocupações de Trump, como o envio de 10 mil militares para a fronteira a fim de combater o contrabando. No entanto, Trump continua a exigir mais esforços do México para destruir ou desmantelar os laboratórios e apreender mais fentanil.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, minimizou a iniciativa dos drones, classificando-a como parte de uma “pequena campanha” de cooperação com os EUA. “Esses voos fazem parte de uma operação coordenada entre os governos dos EUA e do México, e têm sido feitos há muitos anos”, disse Sheinbaum, ressaltando que não havia nada ilegal no processo.
Além da CIA, o Comando Norte do Exército dos EUA também está ampliando sua vigilância na fronteira, embora, ao contrário da agência de espionagem, não entre no espaço aéreo mexicano. O Exército realizou mais de 20 voos de vigilância sobre a fronteira sul, utilizando diversos tipos de aeronaves e drones.
O Comando Norte também criou uma força-tarefa de inteligência especial com 140 analistas para examinar as informações coletadas durante esses voos. Trump assinou um decreto em 20 de janeiro para aumentar a repressão aos cartéis e, nesta semana, planeja designar alguns cartéis como organizações terroristas estrangeiras, o que daria ao governo dos EUA a capacidade de aplicar sanções econômicas.
No entanto, especialistas afirmam que essa designação não forneceria novas ferramentas significativas para bloquear as operações financeiras dos cartéis, já que eles já enfrentam sanções pesadas do governo dos EUA.