O presidente da Argentina, Javier Milei, pode enfrentar um processo de impeachment após promover uma criptomoeda que despencou em poucas horas, disseram parlamentares da oposição no sábado (15).
Na sexta-feira, Milei publicou no X uma recomendação da criptomoeda $LIBRA, dizendo: “O mundo quer investir na Argentina. $LIBRA”. O token disparou para quase US$5, mas logo caiu para menos de US$1, gerando suspeitas.
A câmara de fintech do país alertou que o caso poderia ser uma “puxada de tapete”, um esquema em que desenvolvedores valorizam um ativo digital para, em seguida, vender suas participações e provocar sua desvalorização.
“Esse escândalo, que nos envergonha em escala internacional, exige que apresentemos um pedido de impeachment contra o presidente”, afirmou Leandro Santoro, da oposição.
Milei apagou a postagem horas depois e alegou não ter vínculos com a criptomoeda. “Eu não estava ciente dos detalhes do projeto e, quando descobri, decidi não continuar dando publicidade a ele”, justificou.
Diante da repercussão, o governo argentino anunciou uma “investigação urgente” sobre o lançamento do ativo digital e possíveis irregularidades cometidas.
A presidência informou que Milei determinou a intervenção do Escritório Anticorrupção (OA) para apurar “se houve conduta imprópria por parte de qualquer membro do governo nacional, incluindo o próprio presidente”.
Especialistas em criptomoedas e políticos da oposição rapidamente apontaram riscos e criticaram a atitude do líder argentino. A imprensa local destacou que a postagem permaneceu fixada no perfil de Milei por mais de cinco horas.