O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (13) que os países do Brics podem enfrentar tarifas de 100% caso tentem reduzir a dependência do dólar.
“Se alguma negociação for concretizada, será uma tarifa de 100%, pelo menos”, declarou, ao ser questionado sobre os planos do bloco de criar uma moeda própria.
Desde janeiro, o Brics conta com dez membros plenos. Além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o bloco inclui Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos.
A chamada desdolarização é uma das propostas do grupo, que busca reduzir a influência dos EUA no comércio global. Líderes do Brics argumentam que a padronização do dólar permite que Washington “imponha sua vontade”, mesmo sem envolvimento direto nas negociações.
A presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff, criticou o que chamou de “uso do dólar como arma” durante a Cúpula do Brics, realizada em outubro de 2024 em Kazan, na Rússia.
O Brasil defende que a questão seja tratada de forma “técnica”, com foco na ampliação dos negócios, sem ser vista como um desafio aos EUA. O governo destaca que suas exportações para o Brics superam as vendas para os EUA e a Europa juntos. Em 2023, o comércio com o bloco somou US$ 120 bilhões, enquanto as vendas para Ocidente e América somaram US$ 83 bilhões.
Desde o último encontro, o Brics tem dez membros fixos e 13 associados. O PIB do grupo representa 31,5% da economia global, enquanto sua população corresponde a 45,2% do total mundial.
“O Brics foi criado para um propósito ruim, e a maioria dessas pessoas não quer isso. Eles nem querem falar sobre isso agora. Eles têm medo de falar sobre isso porque eu disse a eles que, se quiserem brincar com o [dólar americano], serão atingidos com uma tarifa de 100% no dia em que mencionarem que querem fazer isso”, afirmou Trump.
“O Brics morreu no minuto em que eu mencionei isso”, completou o presidente americano.