O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (6) que o Brasil precisa passar por um “processo educacional” para que os consumidores aprendam a evitar preços altos no supermercado, optando por produtos similares.
INFLAÇÃO NOS ALIMENTOS
Nos últimos meses, o governo tem demonstrado preocupação com a alta dos preços da cesta básica. Em entrevista, Lula atribuiu o aumento ao dólar, à política do Banco Central e ao crescimento das exportações, mas não anunciou medidas imediatas para conter o avanço da inflação.
“Uma das formas de controlar o preço é o próprio povo. Se você desconfia que um produto está caro, não compra. Se todos tomarem essa atitude, o comerciante será obrigado a baixar o preço para vender, senão vai estragar”, disse em entrevista a rádios da Bahia.
CAUSAS DA INFLAÇÃO
Lula apontou três fatores que, segundo ele, impulsionaram a alta nos preços dos alimentos:
— Aumento do dólar
— Política monetária do Banco Central
— Maior volume de exportações
“Esse problema me persegue desde a época de operário. Quando a inflação sobe, quem paga o preço alto é o trabalhador. Se aumentamos o salário acima da inflação, precisamos compensar com a redução dos alimentos”, afirmou.
CRÍTICAS AO BANCO CENTRAL
Lula criticou a gestão do ex-presidente do BC, Roberto Campos Neto:
“Tivemos um Banco Central irresponsável, que deixou uma ‘arapuca’ difícil de desmontar de imediato”, disse.
Em janeiro de 2024, Gabriel Galípolo, indicado por Lula, assumiu o BC. No entanto, o ciclo de juros altos continuou. O presidente afirmou que Galípolo não poderia “dar um cavalo de pau” na gestão e precisaria adotar mudanças graduais.
INCENTIVO AO CRÉDITO
Lula anunciou que, nos próximos dias, o governo lançará novas medidas para ampliar o crédito no país. Sem detalhar, ele afirmou que a prioridade é garantir acesso a trabalhadores e pequenos empresários.
“Temos que discutir microeconomia. Quem pega R$ 10 mil investe imediatamente, quem ganha R$ 1 mil compra comida. Isso movimenta a economia”, declarou.
Lula destacou que quer deixar seu governo com a marca do “crescimento, distribuição de renda e inclusão social”.