Lula critica Trump por plano de controle de Gaza, questiona postura dos EUA e classifica ações em Gaza como “genocídio”

O petista diz que proposta de Trump para Gaza é “incompreensível”, acusa EUA de incentivarem ações de Israel e defende reconstrução palestina.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quarta-feira (5) o plano de Donald Trump de assumir o controle da Faixa de Gaza, classificando a proposta como “praticamente incompreensível”.

“Os EUA incentivaram tudo que Israel fez em Gaza. Agora dizem: ‘vamos ocupar, recuperar, morar em Gaza’. E os palestinos, vão para onde? Qual é o país deles?”, questionou Lula em entrevista a rádios de Minas Gerais.

O petista reforçou que “o que aconteceu em Gaza foi um genocídio” e que os palestinos devem ser os responsáveis pela reconstrução do território. “Eles precisam de reparação, para reconstruir casas, hospitais, escolas e viver dignamente.”

Lula voltou a defender a criação do Estado Palestino. “O mundo precisa de paz e tranquilidade, não de arrogância e frases de efeito.”

Sobre os EUA, Lula afirmou que o país se vendeu como símbolo da democracia, mas agora propaga a “provocação e discordância”. Segundo ele, os americanos gastam fortunas com armas e tentam agir como “juiz do planeta”.

O presidente também comentou a situação dos brasileiros deportados dos EUA. Disse que um novo voo chega na sexta-feira (7) e que o governo trabalha para melhorar a recepção.

“Nós vamos ver quantas pessoas tem, de que estado são, para cuidar delas quando chegarem. Estamos conversando com o Itamaraty e a Polícia Federal para termos todos esses dados antes do embarque.”

Questionado sobre Trump, Lula afirmou que “os EUA também precisam do mundo” e que o ex-presidente deve aprender a “conviver harmonicamente com Brasil, México e China”.

Ele ironizou medidas anunciadas por Trump. “O cara quer ocupar a Groenlândia, anexar o Canadá, mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América. Nenhum país pode brigar com todo mundo o tempo todo.”

Lula também reagiu à ameaça de aumento de tarifas americanas para produtos brasileiros. Disse que, se isso acontecer, o Brasil adotará a reciprocidade.

“Se ele aumentar a taxação, nós vamos taxar também. O ideal seria ambos reduzirem tarifas, mas, se ele quiser confronto, terá resposta.”