Trump retira EUA do Conselho de Direitos Humanos da ONU e corta financiamento à agência de ajuda para Gaza

A UNRWA é a principal entidade que presta assistência humanitária em Gaza, atingida pela ofensiva israelense.


O presidente dos EUA, Donald Trump, deve assinar nesta terça-feira (4) uma ordem executiva retirando os EUA do Conselho de Direitos Humanos da ONU e proibindo o financiamento à UNRWA, agência de ajuda da ONU para Gaza.

As ações, que retomam políticas de seu governo anterior, ocorrerão no mesmo dia em que Trump se reunirá com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em Washington. Os EUA acusam o conselho de “parcialidade contra Israel” e de encobrir abusos de direitos humanos.

A medida vem após o governo Biden suspender o financiamento da UNRWA, citando relatórios de envolvimento de funcionários no ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro. A ONU demitiu vários trabalhadores após uma investigação interna.

Enquanto isso, o governo Trump avalia o futuro da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional, questionando sua compatibilidade com a política “América em Primeiro Lugar” e seus gastos.

A UNRWA é a principal entidade que presta assistência humanitária em Gaza, atingida pela ofensiva israelense. Críticos apontam sua importância para os deslocados palestinos, enquanto Trump reforça acusações contra a agência.

O Conselho de Direitos Humanos foi criado no governo Bush. Sob Obama e Biden, os EUA participaram ativamente; sob Bush e Trump, se afastaram. A Casa Branca argumenta que o órgão “não cumpriu seu propósito” e protege governos violadores de direitos humanos.

Em um folheto informativo, o governo americano afirmou que o conselho demonstrou “preconceito contra Israel”, citando 2018, quando aprovou mais resoluções contra o país do que contra Síria, Irã e Coreia do Norte juntos.

A ordem também exigirá que o Secretário de Estado Marco Rubio avalie organizações internacionais que “promovam sentimentos radicais ou antiamericanos”, com foco na UNESCO. Os EUA deixaram essa entidade em 2019, alegando viés anti-Israel.

A decisão ocorre enquanto a deputada Elise Stefanik aguarda confirmação como embaixadora na ONU. Em sua audiência, prometeu reformar a organização e criticou a UNRWA por supostos laços com o Hamas.