Explosão mata líder paramilitar pró-Rússia em Moscou

O ataque, mais um na série de assassinatos de figuras ligadas à guerra, ocorreu na capital da Rússia, Moscou.


Um atentado a bomba matou nesta segunda-feira (3) Armen Sarkisian, líder paramilitar pró-Rússia no leste da Ucrânia. O ataque, mais um na série de assassinatos de figuras ligadas à guerra, ocorreu na capital da Rússia, Moscou.

Em dezembro, um patinete-bomba matou o general Igor Kirillov, o oficial de mais alta patente morto dessa forma. Na ocasião, o serviço secreto da Ucrânia assumiu a autoria, mas até agora não se manifestou sobre Sarkisian. A Rússia também não fez acusações formais.

A bomba foi plantada na entrada do condomínio de luxo “Velas Escarlates”, onde ele morava, a 12 km do Kremlin. No ataque, um de seus guarda-costas morreu e outros dois ficaram feridos.

Dessa vez, Moscou evita culpar Kiev diretamente. Apenas blogs militares próximos ao Ministério da Defesa russo insinuaram a responsabilidade ucraniana. A cautela se deve às obscuras conexões de Sarkisian.

Nascido na Armênia, ele cresceu em Gorlovka, na região russa étnica de Donetsk. Foi aliado de Viktor Ianukovitch, presidente pró-Rússia da Ucrânia deposto em 2014. Com a queda do governo, fugiu para a Rússia, mas retornou a Donetsk, onde teria se tornado um chefe mafioso, segundo os serviços secretos ucranianos.

Com a invasão de 2022, Sarkisian organizou o Batalhão Arbat, um grupo de armênios étnicos que lutavam ao lado dos separatistas de Donetsk, mas sob comando próprio. Também presidia a federação de boxe local, fortalecendo laços com o governo da região.

Suas múltiplas alianças tornam difícil identificar os responsáveis por sua morte. Conflitos entre facções paramilitares e possíveis ligações mafiosas ampliam as suspeitas.

Se for mais uma ação de Kiev, será um novo golpe para as forças de segurança russas, que já falharam em proteger Kirillov e outros alvos estratégicos.